"Nenhum pássaro aprende a voar dentro de uma gaiola."
Cultura.
Um dos elementos mais difíceis de definir nas pequenas mentes humanas. Se levarmos em conta que discussões milenares já foram feitas na tentativa de conceituar essa criação humana chamada cultura.
E esse é o caso da criação que altera a vida do criador, numa relação visceral. Ela nos define, guia, determina, invade e impulsiona e nós a modificamos, aperfeiçoamos, rejeitamos, idolatramos e refreamos.
Uma possível definição, limitada ao extremo admito, seria: “Cultura trata dos elementos oriundos da criatividade e sensibilidade humanas, os quais são transmitidos de geração em geração”.
Ok, admito, amplo ao extremo também, mas numa comparação com os outros seres desse planeta passa a ter mais sentido, penso eu.
O único animal nesse planeta com cultura é o ser humano, pois nos outros seres encontramos uma predominância da genética, dos instintos e hereditáriedade na solução de problemas e no lidar com as pressões do meio. Assim, todo João-de-barro faz sua casa do mesmo modo, todo castor faz suas represas da mesma forma, todo cão tem reações idênticas a situações cotidianas, o máximo que fazem é repetir respostas prontas ou aprendidas.
Não vemos neles reações originais, criativas para as situações pelas quais passam. Essa, aliás, é a grande diferença para mim. Nós temos a capacidade de criar, de sermos originais se assim quisermos, construir algo novo do nada, de buscar a solução inesperada, de transformar tudo a nossa volta.
Em cada geração, recriamos o que havia e criamos novidades, as quais transmitimos às novas gerações por meio de nossa linguagem, com os mais diversos recursos. Já pensou se não pudessemos ensinar uns aos outros? A cada época teríamos que trilhar todos os caminhos de novo, redescobrindo a roda, voltando a controlar o fogo, despertando para o mundo, sem nunca avançar de fato.
Cultura.
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